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Terra de Bicho ocupando espaço em espiral

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É um novo ano, mas as cismas são as mesmas. O desejo é sempre continuar, como um rio.  Cá estou eu continuando... Estou ocupando o espaço do Centro de Artes da Maré este mês e no próximo para voltar ao chão de Terra de Bicho. A pesquisa está ganhando rumos em meu corpo, me envolvendo em uma espiral definitiva. Só pode ser definitiva porque é uma forma maleável, mas sabe toda a pira que tenho desde o início com a DEMARCAÇÃO do espaço? Pois ela foi me levando a espiral e de cá não saio mais. O ritmo e o fluxo é intento, me conduz, eu não consigo e não posso parar. Eu só entro, me desfaço e me refaço, continuo, mudo, giro.  Comecei a estipular improviso todos os dias, por minutagens variáveis, mas marcadas no cronômetro. Talvez, claro, eu faça mais que isso, mas ao menos esse tempo precisa ser cumprido.  Hoje fiz com o bambu. O ar, a suspensão, a coluna reta em sustentação, a verticalidade, a rigidez que é quebrada nos quadris. Dancei com ele de muitas formas, mas 5 segundos antes do cron

labcam#33 ao chão

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Primeiro preciso me trazer até aqui, até hoje. Já faz alguns meses que não desenho minhas pegadas com as palavras neste chão. O chão da pesquisa Terra de Bicho. Tem sido um momento de conclusão de ciclo, o TCC veio aí com uma escrita voltada para o meu processo e o tempo que estive graduanda me dedicando a esta investigação.Três estômagos, como os touros, um tempo ruminando e... a pesquisa ganhou algumas  páginas de desdobramentos que apresentei no dia 22 de Setembro, no Alojamento da UFRJ, lugar onde residi boa parte da minha graduação. Estiveram comigo Aline Teixeira, minha orientadora, Thaisa Martins minha coorientadora e Ruth Torralba, ccomo minha banca. Amigos queridos também estiveram junto. Assim apresentei, meio gaguejando e sem cola em papel ou  no celular, primeiro uma breve fala sobre os capítulos, depois o curta A Força, cujo roteiro foi criado a partir da pesquisa e eu também atuei. Até gravei as falas, mas ainda não ouvi de novo. Ruth me fez chorar, disse que "libert

KINTSUGI [imersão]

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 "Não sou eu quem me navega quem me navega é o mar..." Timoneiro - Paulinho da Viola Foram três dias confluindo com um grupo grande de pessoas numa sala grande. Parecia quase impossível a gente se integrar, mas só... aconteceu. As duas proposições em imagem de movimento que nos chegaram através da voz do Cristian Duarte, um coreógrafo que eu já cato a algum tempo, foi o rio em seu constante fluxo e a fáscia enquanto tecido conjuntivo e o tecido de pano para sentirmos a tensão de estarmos juntos em movimento. Tensão também pode ser atenção, conexão, fusão. Em alguns momentos eu me sentia fundida, em outros eu me sentia sendo uma parte que se soltou reconhecendo outras partes que se soltaram até voltar a ser só o reflexo do grupo. Desapaixonar, manter o rigor da direção, olhar com todo o corpo, ser proponente e ser seguidor. Moldar o agora que acontecia naquela dança, juntos. Como éramos muitos, Cristian passou a dividir em dois grupos para que pudéssemos também assistir. Foi m

Thaina Meu Nome Iná

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 Acho que só hoje tô conseguindo fundamentar essa minha busca ou processo de investigação, embora ela tenha sido sempre presente. Sempre mesmo, desde antes d’eu nascer (É possível? É!). A fundamentação veio agora porque eu sabia que só precisava de mais tempo com essa mulher: Aza Njeri. Uma mulher de muito fundamento, muito conhecimento pra compartilhar. Conhecimento ancestral. Mas vá lá, um pouquinho de contexto pra você chegar. Estou participando da Mentoria artística Africanizze relizada pelo Ilê Atelayê da UFRJ e por ela, Aza Njeri. Foi tanto conhecimento disparado que eu sei que a partir de agora é que não vou conseguir mesmo parar de buscar. Foi isso que fiz, primeiro dia de encontro e eu já fui buscar o canal da Aza no Youtube. O vídeo que tô colocando aí embaixo pra você ver depois, foi o primeiro que cliquei e dá-lhe mais reflexão e busca!       A mãe da casa de Omolu que fui ouvir falar, disse que Xangô guiava meus pés. Encontrei a palavra/meu nome numa música p

Não Esquecer [video-ensaio]

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Em agosto desse ano, eu recebi um convite pra produzir um vídeo para ser exibido durante um evento internacional. O evento foi o The Future of Code Politics - Technologies of Radical Care, aconteceu na Alemanha e era organizado  pela Coding Rights que é uma Organização Sem Fins Lucrativos que visa conscientizar a população sobre o uso da tecnologia. Um evento bem maneiro que se constituía em, basicamente, painéis e algumas mostras artísticas nos intervalos ou como complementos desses painéis. Como o evento aconteceu na gringa, eu não participei presencialmente pois o meu cachê não cobria os custos de deslocamento, cobria apenas o trabalho de vídeo encomendado pelas curadoras. site Essa proposta me lembrou bastante a proposta do Literatura Exposta, onde eu realizava um trabalho artístico a partir da obra textual de uma autora. Naquela ocasião, era algo para ficar exposto, nessa era pra ser exibido e o texto foi uma anedota de Lu Ain-Zaila que é uma autora também do Rio de Janeiro, da ba