labcam#32 e A Força

Depois de um tempinho sem gravar os laboratórios, aliás sem fazer laboratórios, resolvi filmar essa continuação. Muito inspirada pelo som do Carlos do Complexo, mais especificamente no album shani, resolvi improvisar com o espelho. Recordei muito do Corpo Estranho, fui atrás de alguns materiais não lembro se antes ou depois do lab, lembrei de Aline e de algumas de suas falas a respeito de criar um solo com a câmera, se dirigir. Pensei muito nessa pesquisa de movimentação que começou no solo da UFRJ sob a coordenação dela e junto de outros corpos e que se desdobrou em um roteiro cuja dança, o movimento, é o elemento principal da narrativa. 
Terra de Bicho sem dúvida foi uma pesquisa que me puxou pras origens e estar realizando-a enquanto roteiro agora é a prova disso, de que o caminho é desenvolver em relação. Gravamos o filme nos dias 15 e 16 com uma externa pendente e eu já estou pensando em uma continuidade, uma trilogia. Esse laboratório de hoje evocou o que estou buscando para os próximos passos dessa caminhada, dessa investigação compartilhada. Espelho/sombra e fantasma virão depois do sonho. Estou trabalhando com a trindade, com uma fundamentação que já estava sendo curtida em paralelo aos estudos de corpo no laboratório. 
Tudo é corpo. 
Hoje também tive uma masterclass com Ana Maria Gonçalves e isso me alimentou a respeito da narração, do meu anseio por contar histórias, como começar a contar, como dar continuidade ao meu processo. Anotei algumas coisas, compartilho aqui. Sigo na construção do meu TCC, cheia de travas, mas seguindo. Pensando que isso é, nada mais nada menos, que um documento de registro de todo o meu processo na universidade. É um processo bastante significativo e rico que precisa ganhar a forma das palavras pra comunicar, em suma, pra mim o quanto isso pode me ensinar. Depois disso, sei que vou estar mais apta a tocar o outro. É importante concluir esses ciclos e escrever, sobretudo. Sobre tudo.


Corpo Estranho, sempre.


Ah! O vídeo eu gravei com a minha Samsung cybershot recém comprada made in Praça XV, feira de antiguidades. Ela está com um problema no display, mas está funcionando muito bem obrigada. Recentemente descobri o gênero, ou subgênero, found footage que é justamente o conceito da câmera em baixa qualidade. Isso me deu umas ideias e me relaxou um pouco do impacto de quando vi a diferença da qualidade da foto pro vídeo dessa câmera. Cai bastante, mas é isso, nada que um conceito não justifique. Além do mais, eu simplesmente amo um granulado.