papiro à MAAT
Dia 24 de setembro minha menstruação desceu e antes disso acontecer: eu senti minha cintura pélvica encher encher encher, parecia que não ia derramar nunca, mas derramou. No dia que desceu, eu quis que o sangue descesse sem impedimentos, precisava vê-lo e tocar nele, foi uma necessidade que senti. É o momento mais intenso, depois do primeiro dia, o sangue não desce com tanta intensidade. Maat já estava próxima a mim desde que vi o vídeo mencionado no post anterior, proveniente de uma pesquisa meio despretensiosa. A lógica, a perfeição das medidas e matemática como uma construção de princípio feminino, me fez entender que nada, absolutamente nada é por acaso. Tudo obedece a uma justa ordem, a ordem de Maat.
Pintei seu nome com meu sangue em um papel pardo que renomeei de papiro. Junto de seu nome, muitos zeros e um só, assim eu mentalizei alcances numéricos em minha vida de forma intuitiva e intensa, num ritual de produção artística espontâneo - ah!! esses são os melhores. O sangue desceu na lua minguante e terminou no dia que voltei do Nua&Crua Lab, sábado da mesma semana.
Meu sangue é matéria-prima.